Sobre ser ou não ser um(a) empreendedor(a).

Nas minhas aulas e no meu curso “Ser ou não ser um(a) Empreendedor(a)” as alunas e alunos costumam me dar feedback de que eu pareço querer desanimar os pretendentes a donas e donos de pequenos negócios. E eu respondo que não é nada disso, que a realidade é dura e que você precisa estar ciente e consciente do que lhe espera, pois, assim, poderá se preparar e planejar seu negócio e sua vida.

Um exemplo banal ocorrido comigo, há pouco tempo. Gosto de pizza e, aos sábados, costumo comprar numa pizzaria pertinho da minha casa. Mais de uma vez ocorreu o seguinte:

Não é a primeira vez que isso acontece. A pizza é boa, o atendimento do dono da pizzaria é bom, o preço é justo, mas, quando acontece algum imprevisto, ele fecha a loja. Eu posso comprar em outra pizzaria e é o que eu faço. O risco que este empreendedor corre é grande. Ele está dando oportunidade a mim (cliente) de passar a comprar em outra pizzaria. Fico imaginando como ele gerencia o fluxo de caixa.

Quando você trabalha numa grande empresa, mesmo que o seu cargo exija muita dedicação, você pode até se sentir sobrecarregada(o), mas sabe que pode contar com uma rede de apoio, com pessoas espalhadas em diversos departamentos.

Quando você é a/o dona(o) do negócio, você é a(o) “faz tudo”. E, no início, tem que ser assim mesmo. Mas, depois de algum tempo, se você ainda está numa maratona de comprar, vender, atender os clientes, resolver todos os pequenos, médios e grandes problemas, quando você curte férias ou, pelo menos, uma folga? Quando você passa tempo com sua família e amigos?

Sem falar na análise de seus dados de negócio.

Cenário 1 – Imaginemos que você seja a(o) gestora(o) das suas redes sociais. Grava, posta, faz os textos, etc. Qual rede lhe dá o melhor retorno? Em qual rede você deve investir mais? Qual o nível de engajamento dos seus seguidores? É interessante ter um gestor de redes sociais? E se o tiver? Como você arrumará tempo para analisar os resultados?

Cenário 2 – Qual o seu produto que lhe dá maior retorno financeiro? Está na hora de diversificar sua oferta ou focar em determinado produto?

É por isso que os alunos acham que eu desencorajo…

Mas, como as mães falam: “É pro seu bem”.

O estudo Sobrevivência das Empresas no Brasil (2019), realizado pela Fundação Getúlio Vargas, em parceria com o Sebrae, mostrou que um terço das novas empresas brasileiras fecha em dois anos. Além de levantar essa informação, o estudo procurou avaliar algumas das razões que levam a esse desfecho – encontrando quatro grupos de fatores principais:

  • Situação antes da abertura da empresa;
  • Planejamento do negócio;
  • Gestão do negócio;
  • Capacitação do empreendedor em gestão empresarial.

Existe saída, mas você tem que entender que precisa de ajuda. Cuidado para não cair no erro comum de contratar empregados, aleatoriamente, para as funções que você pensa que precisa.

Antes de tudo, contrate uma(um) profissional para realizar o diagnóstico do seu negócio e lhe ajudar a enxergar as soluções que você, por estar no olho do furacão ou por não dominar a ciência da Administração, não tem condições de fazer sozinha(o). O SEBRAE e pequenas consultorias independentes podem prestar excelentes serviços, por preços super atrativos.