LIFELONG LEARNING

Aprender ao longo da vida deixou de ser um hábito dos curiosos para ser entendido como uma capacidade humana adaptativa. Hoje, as mudanças são rápidas e inesperadas, e a prática contínua do lifelong learning permite que os profissionais adquiram ou aprimorem habilidades técnicas e comportamentais. . 

Se a necessidade do aprendizado contínuo é uma certeza, outra é que não há tempo e espaço para ficar esperando alguém te dizer o que é importante ou não aprender. Agora, o que aprender?

Para ser sincera, tudo. E por que? Porque suas certezas não existem mais!

Vejamos. Se você:

  • tem filhos e quer criá-los da mesma maneira como foi criado (claro que os valores éticos devem permanecer, mas como ensiná-los é o problema).
  • quer viver seu casamento como o de seus pais.
  • quer ficar 30 anos num emprego e se aposentar.
  • não quer trabalhar com tecnologia, pois “não gosta” (sim, existem pessoas assim).
  • acha que tecnologia se resume a computador.
  • acha que temas como sustentabilidade e inclusão são indiferentes.

Lamento, mas você tem que desaprender e reaprender!

Outro ponto muito importante no mundo do trabalho de hoje é que as habilidades comportamentais, as soft skills, são muito importantes, como, por exemplo, a criatividade, A criatividade anda de braços dados com outra competência relevante: a curiosidade. Sem o interesse genuíno por descobrir coisas novas, ampliar seu repertório, fica muito mais difícil ser criativo. 

Curiosidade também é um dos elementos-chave do autoconhecimento, capacidade essencial para cuidarmos, inclusive, da nossa carreira. Porque da mesma forma que surgem novas demandas, você também se transforma e isso tem impacto nas suas escolhas de trabalho. Reconhecer em si mesmo seus interesses desperta a sua autodireção e orienta sua estratégia de lifelonglearning. 

Dessa forma, mantenha a chama da conversa acesa, para ter informações de qualidade e poder sobreviver neste novo mundo, inclusive mantendo sua saúde mental. Lembre-se: para fazer coisas repetitivas não há necessidade de nós, humanos, A IA-Inteligência Artificial faz muito melhor.

Ainda vamos falar muito sobre isto!

Habilidades humanas

Crédito: @nevesigor

Temos passado por uma revolução tecnológica, com a convergência de soluções digitais, físicas e biológicas e essa revolução alterou o mundo do trabalho como o conhecemos.

Indústria 4.0 e as novas competências profissionais.

Para as empresas, o desafio agora não é ter as melhores tecnologias e a maior quantidade de dados, mas fazer o melhor uso das ferramentas e informações que tem e empregados capacitados que saibam e queiram fazer a diferença.

Para os empregados, fica a pergunta: seremos substituídos por máquinas? A resposta é sim, mas para postos de trabalho com funções mecânicas, repetitivas, de baixa interação social, burocráticas que passarão a ser realizadas por máquinas com maior destreza e velocidade.

Competência é o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes e elas se dividem em hard e soft skills.

As empresas buscam profissionais com hard skills, formação, cursos de especialização e línguas (pré requisitos para qualquer tipo de  profissional) e com os novos conhecimentos exigidos sobre tecnologia e TI, marketing digital e machine learning. Mas as soft skills ou competências comportamentais e sociais têm sido muito desejadas pelas empresas e são as que fazem diferença na busca ou manutenção do emprego. E por quê?

“Os robôs estão sendo produzidos e desenhados para serem ensinados  para compreenderem o outro, como se fossem seres humanos, e isso já está sendo aplicado no atendimento e relacionamento com o cliente” , diz Christiane Scabbia – Analista de Marketing da VoxAge, empresa especializada em soluções de atendimento ao cliente.

Porque os profissionais deste século precisam desenvolver competências que os tornem capazes de inventar, testar e avaliar hipóteses, interagir socialmente, dominar e ensinar as máquinas. 

Um relatório do Fórum Econômico Mundial, aponta pelo menos sete conjuntos de soft skills que podem ser diferenciais competitivos: 

  • Autoconsciência: capacidade de entender o que motiva, o que frustra, o que vale, o que não vale, o que tem propósito; 
  • Pensamento crítico e integrado: capacidade de interpretar fatos, números, relatórios, cenários complexos, variáveis e perceber a conexão de assuntos que não estão diretamente relacionados;
  • Empatia: capacidade de entender e se conectar genuinamente com outros seres humanos; 
  • Criatividade: capacidade de pensar novas soluções, combinar conhecimentos, gerar valor; 
  • Inteligência emocional: capacidade de lidar com emoções e situações diversas; 
  • Comunicação: capacidade de se expressar de maneira oral e escrita; 
  • Assimilação: capacidade de aprender, conseguir filtrar conteúdos e transformar o conhecimento em sabedoria prática.

É importante reconhecer e definir suas soft skills. Quais você já domina plenamente e quais você precisa desenvolver. O auto conhecimento pode ser por meio de testes ou mesmo conversando com colegas, amigos e parentes para entender quais são as suas capacidades, pois as desenvolvemos mesmo quando longe de ambientes formais de trabalho.

Por último, atenção na hora de divulgar suas soft skills em seu C.V. Para cada uma, tenha um exemplo que a comprove, na hora de uma entrevista. 

Por exemplo, você está numa entrevista e o recrutador pede para você falar um pouco sobre suas habilidades interpessoais. Você responde que tem grande habilidade de comunicação (capacidade de se comunicar bem com cada um do grupo, visando os interesses do grupo, como um todo) e, aí, ele pede para você dar um ou dois exemplos práticos em que você utilizou esta competência. Percebeu?

O futuro é humano.

Indústria 4.0 e as novas competências profissionais.

Se a pandemia do novo coronavírus fez você começar a se preocupar com o “novo normal”, com o mundo do trabalho pós pandemia, você está muito atrasado.

Já há algum tempo estamos vivendo a 4a. Revolução Industrial e ela é que está mudando o mundo do trabalho. A pandemia trouxe, apenas, mais mudanças.

A 1a. Revolução Industrial, tal qual a estudamos na escola, ocorreu  em 1784, com a invenção e incorporação aos meios de produção da máquina a vapor. Foi o surgimento da mecanização.

A 2a. Revolução Industrial veio com a eletrificação das fábricas e o posterior surgimento da linha de montagem, cujo maior exemplo é o de Henry Ford, em 1913.

A 3a. Revolução Industrial começa nos anos 70 do século passado com a automação e o uso de computadores.

1a., 2a. e 3a. Revoluções industriais

Com a velocidade das invenções tecnológicas deixando de ser linear para ser exponencial,  de evolutiva para  disruptiva, fazendo desaparecer outrora gigantes do mercado, temos a 4a. Revolução Industrial ou Indústria 4.0.

Exemplos de disrupção

“Surgido na Alemanha por volta de 2012, o conceito da Indústria 4.0 envolve as inovações tecnológicas nos campos de automação e tecnologia da informação para manufatura. Com o objetivo base de criar processos mais rápidos, flexíveis e eficientes, a quarta revolução industrial promove a união dos recursos físicos e digitais, conectando máquinas, sistemas e ativos a fim de produzir itens de maior qualidade a custos reduzidos” (ALTUS, 2017).

De uma hora para outra surgem:

  • Manufatura aditiva ou impressão 3D;
    • Adição de material para fabricar objetos, formados por várias peças, constituindo uma montagem (BRASIL, 2020).
  • Inteligência artificial;
    • Segmento da computação que busca simular a capacidade humana de raciocinar, tomar decisões, resolver problemas, dotando softwares e robôs de capacidade de automatizarem vários processos (BRASIL, 2020).
  • Internet das coisas;
    • Representa a possibilidade de que objetos físicos estejam conectados à internet, podendo, assim, executar, de forma coordenada, uma determinada ação (BRASIL, 2020).
  • Biologia sintética;
    • É a convergência de novos desenvolvimentos tecnológicos, nas áreas de química, biologia, ciência da computação e engenharia, permitindo o projeto e construção de novas partes biológicas, tais como enzimas, células, circuitos genéticos e redesenho de sistemas biológicos existentes (BRASIL, 2020).
  • Simulação;
    • É utilizada em plantas industriais, para análise de dados em tempo real, aproximando os mundos físico e virtual, e no aperfeiçoamento em configurações de máquinas, para testar o próximo produto virtual, antes de qualquer mudança real, gerando otimização de recursos, melhor performance e mais economia (ALTUS, 2017).
  • Realidade aumentada;
    • Possibilita o envio de instruções de montagem, via celular, para o desenvolvimento de peças de protótipo. Possibilita, também a utilização de óculos de realidade aumentada, para games, softwares e procedimentos de trabalho.
  • Big data;
    • É a análise e gestão de grandes quantidades de dados, para a criação de cenários e rápida tomada de decisão.
  • Sistema integrado de gestão;
    • Também conhecido como ERP (Enterprise Resource Planning ou Planejamento de Recursos Empresariais), permite que as empresas gerenciem a operação, automatizando seus processos produtivos, financeiros, comerciais e gerenciais.
  • Computação em nuvem.
    • É o fornecimento de serviços de computação, incluindo servidores, armazenamento, bancos de dados, rede, software, análise e inteligência, pela Internet (“a nuvem”) para oferecer inovações mais rápidas, recursos flexíveis e economias de escala.

Muitas profissões já estão acabando e outras, que você nem imaginava, surgindo.

30 profissões do futuro

As mudanças relativas à 4a. Revolução Industrial são inevitáveis e não temos como ignorá-las.

E como nos preparamos para todas estas inovações? Quais os novos perfis profissionais exigidos? Quais devem ser nossas competências (Conhecimentos, Habilidades e Atitudes)?

Somos o pilar mais importante desta revolução, mas precisamos de atualização rápida e constante.

Não esqueça: não é o mais forte que sobrevive, mas aquele que se adapta.