BIENAL DO LIVRO 2023 – Rio de Janeiro

Para mim, livro é vida. Desde criança. Sempre fui crítica e observadora. Na maioria das vezes, minhas conclusões eram contrárias à da maioria das pessoas com as quais eu convivia. Dava uma sensação de solidão… Pensava “será que somente eu penso assim sobre este assunto?” Aí, descobri os livros e, do nada, lá estavam ideias, pensamentos similares aos meus, estímulo a novas ideias!

Infelizmente, livros sempre foram caros, então, sendo de uma família classe média baixa, comprar livros era um luxo. Minha mãe fez meu pai comprar a coleção de Machado de Assis. Que emoção! Guardo até hoje.

Um pouco depois, meu avô materno, o grande jornalista esportivo Afrânio Vieira, percebendo meu interesse pelos livros e sabendo do sacrifício necessário para que eu os tivesse, passou a me presentear livros. Meu preferido era O Homem que Calculava de Malba Tahan (pseudônimo. Meu avô tinha estudado com o autor, Prof. Júlio César de Mello e Souza, no Colégio Pedro II.

Todas estas lembranças percorriam minha mente, no caminho para a Bienal do Livro 2023.

Lá chegando, no meio daquele mar de stands e espaços culturais sou atraída pelo espaço Paixão de Ler;

Era uma roda de conversas sobre ações em Bibliotecas. Fui transportada para o meu Fundamental II. Estudei na Escola Municipal Rivadávia Correa que fica em frente à Biblioteca Parque Estadual que, na época, não tinha todas as atrações e comodidades que tem hoje, mas tinha muito amor e dedicação de suas funcionárias.

Minha mãe me autorizou a ir para a Biblioteca, quando fôssemos liberados mais cedo (o que era, infelizmente, bem comum) e, até mesmo, após a escola. Havia um espaço destinado a menores de 14 anos, onde podíamos ficar e ler à vontade os livros selecionados para até esta idade. Li todos. Momentos maravilhosos. Quanto mais eu lia, mais queria ler. Pedi a minha mãe que fosse fazer um cartão na biblioteca, para que eu pudesse levar para casa, em nome dela, os livros para maiores de 14 anos. Ela me atendeu.

Na vida adulta, pude possuir várias estantes cheias de livros meus e dos meus dois filhos que sempre foram estimulados a ler. Depois, percebi que livros devem circular, proporcionando a outros a alegria de conhecê-los. Doei meu acervo, exceto aqueles com ligação emocional, como os já citados acima, e passei, então, a somente adquirir livros digitais. É muito bom poder viajar, ir para qualquer lugar, com toda a sua coleção de livros com você.

Confesso que, em função dos livros digitais, me afastei das bibliotecas. Nem considerava mais sua importância. Mas, estar naquele espaço da Bienal, ouvindo as experiências das representantes de Bibliotecas Parque e Bibliotecas Comunitárias, me fez “sair da minha bolha” e entender que, num primeiro momento, não precisa ser leitor para frequentar uma biblioteca. É só passar na frente da Biblioteca Parque Estadual do RJ e ver as filas que muitos moradores de rua fazem, em busca de água, banheiro, acolhimento e segurança. Em muitos lugares da periferia da nossa cidade, a Biblioteca é a única estrutura sócio cultural da comunidade.

Não importa se o livro é físico ou digital. Importa é ter um local, a Biblioteca, que lhe permita estimular seu cérebro, “viajar” pelas histórias e estórias, em paz, acolhida, quem sabe até, compartilhando suas interpretações com outros.

Viva a Bienal do Livro! Viva as Bibliotecas!

Escola integral

Se o significado da palavra integral é:

  • que não sofre qualquer redução; total;
  • que não falta qualquer elemento; completo; inteiro.

Então, o que seria a escola integral?

De acordo com o Ministério da Educação https://www.gov.br/mec/pt-br/escola-em-tempo-integral/fundamentos:

A Educação Integral é um princípio integrador e articulador das concepções de ser humano, escola, currículo, de ensino e aprendizagem, sociedade e das diferentes etapas da Educação Básica. Possibilita a superação da fragmentação dos conhecimentos e vincula-os às práticas sociais e à vida cotidiana. Nesta concepção de educação busca-se avançar das práticas que reduzem o papel da escola a uma mera transmissão de conteúdos ou  de priorização de uma só dimensão do desenvolvimento, geralmente a dimensão intelectual sobre as demais.  

Desta forma, com as diferentes dimensões do desenvolvimento sendo trabalhadas de modo intencional no currículo escolar pode-se eliminar barreiras que impedem a todos os estudantes de permanecer e ascender na trajetória escolar, em especial os de grupos sociais historicamente vulnerabilizados como as pessoas com deficiências, transtornos, altas habilidades e super dotação, meninos e meninas negros, de classe social econômica desfavorecida, povos tradicionais e originários entre  outros. 

A Educação Integral pressupõe igualmente o direito à escuta e à participação de bebês, crianças e adolescentes, ao seu modo e conforme suas condições, integrando ao currículo necessidades, interesses e as culturas infantis e juvenis nas experiências educativas.  

Nesta perspectiva, não apenas os territórios e equipamentos de diferentes setores (como esportes, cultura, cidadania, parques e praças, saúde e assistência) são coparticipes do processo de ensino e aprendizagem, como seus agentes.  

A Educação Integral é também o fundamento integrador das dimensões do cuidar e educar e da relação entre a educação escolar e as práticas sociais em toda a Educação Básica. 

Escola integral e escola em tempo integral são a mesma coisa?

“Faz-se necessário distinguir o conceito de Educação Integral e de Tempo Integral. O tempo é uma das estratégias que possibilita a materialização da proposta de um currículo de Educação Integral, mas não a única. É essencial que a ampliação e organização do tempo integral seja consequência do Projeto Político-Pedagógico e do Currículo escolar, associado aos espaços dentro e fora da escola, considerando a diversidade de materiais que são ofertados nas experiências educativas, atento às interações e organizações de agrupamentos entre os estudantes, promotora de saberes de diferentes matrizes étnico-raciais no currículo escolar, assim como asseguradora da escuta e participação dos estudantes e comunidades escolares nos processos educativos e na gestão escolar.”  http://www.gov.br/mec/pt-br/escola-em-tempo-integral/fundamentos 

É fundamental fazer esta distinção. Vou compartilhar com vocês minhas três experiências pessoais com a escola integral/escola em tempo integral.

A necessidade e importância da escola integral não é nova:

‘Não se pode conseguir essa formação em uma escola por sessões, com os curtos períodos letivos que hoje tem a escola brasileira. Precisamos restituir-lhe o dia integral, enriquecer-lhe o programa com atividades práticas, dar-lhe amplas oportunidades de formação de hábitos de vida real, organizando a escola como miniatura da comunidade, com toda a gama de suas atividades de trabalho, de estudo, de recreação e de arte’ 

Anísio Teixeira, em Educação não é privilégio, 1953

Eu tive o privilégio de estudar numa escola integral, durante o Fundamental 1. Era a Escola Guatemala (escola pública). Os alunos estudavam no turno da manhã, iam para casa e, aqueles que quisessem podiam retornar à escola, às 14h, para participar das mais diversas atividades, como artesanato, costura, etc. Mesmo que você só frequentasse o turno da manhã, a escola também tinha uma proposta pedagógica integral, inovadora e diferenciada, como compartilhei com vocês em vídeo no Instagram.

A minha segunda experiência com a escola integral foi com meus dois filhos. Eu trabalhando em horário integral e eles estudando em horário integral, em escolas particulares. No caso deles, os conceitos de escola integral e de escola de tempo integral estavam perfeitamente alinhados: um turno com a parte pedagógica e um turno com reforço de idiomas, informática, realização dos deveres e pesquisas escolares, atividades esportivas e acompanhamento psicológico.

Por último, minha experiência como educadora, no Fundamental II, em escola pública de tempo integral. O tempo era integral, mas a escola não proporcionava o ensino integral. E não era culpa da direção, mas o planejamento, o projeto era ruim, Infelizmente, este parece ser o cenário das escolas públicas de tempo integral, em geral: um lugar para as crianças e jovens ficarem, enquanto seus responsáveis trabalham, sem atendimento ao que se espera da educação integral.

Eu acho crítico e fundamental que exista a escola integral de tempo integral. Como fazer para que isto não seja uma utopia?

Sobre ser ou não ser um(a) empreendedor(a).

Nas minhas aulas e no meu curso “Ser ou não ser um(a) Empreendedor(a)” as alunas e alunos costumam me dar feedback de que eu pareço querer desanimar os pretendentes a donas e donos de pequenos negócios. E eu respondo que não é nada disso, que a realidade é dura e que você precisa estar ciente e consciente do que lhe espera, pois, assim, poderá se preparar e planejar seu negócio e sua vida.

Um exemplo banal ocorrido comigo, há pouco tempo. Gosto de pizza e, aos sábados, costumo comprar numa pizzaria pertinho da minha casa. Mais de uma vez ocorreu o seguinte:

Não é a primeira vez que isso acontece. A pizza é boa, o atendimento do dono da pizzaria é bom, o preço é justo, mas, quando acontece algum imprevisto, ele fecha a loja. Eu posso comprar em outra pizzaria e é o que eu faço. O risco que este empreendedor corre é grande. Ele está dando oportunidade a mim (cliente) de passar a comprar em outra pizzaria. Fico imaginando como ele gerencia o fluxo de caixa.

Quando você trabalha numa grande empresa, mesmo que o seu cargo exija muita dedicação, você pode até se sentir sobrecarregada(o), mas sabe que pode contar com uma rede de apoio, com pessoas espalhadas em diversos departamentos.

Quando você é a/o dona(o) do negócio, você é a(o) “faz tudo”. E, no início, tem que ser assim mesmo. Mas, depois de algum tempo, se você ainda está numa maratona de comprar, vender, atender os clientes, resolver todos os pequenos, médios e grandes problemas, quando você curte férias ou, pelo menos, uma folga? Quando você passa tempo com sua família e amigos?

Sem falar na análise de seus dados de negócio.

Cenário 1 – Imaginemos que você seja a(o) gestora(o) das suas redes sociais. Grava, posta, faz os textos, etc. Qual rede lhe dá o melhor retorno? Em qual rede você deve investir mais? Qual o nível de engajamento dos seus seguidores? É interessante ter um gestor de redes sociais? E se o tiver? Como você arrumará tempo para analisar os resultados?

Cenário 2 – Qual o seu produto que lhe dá maior retorno financeiro? Está na hora de diversificar sua oferta ou focar em determinado produto?

É por isso que os alunos acham que eu desencorajo…

Mas, como as mães falam: “É pro seu bem”.

O estudo Sobrevivência das Empresas no Brasil (2019), realizado pela Fundação Getúlio Vargas, em parceria com o Sebrae, mostrou que um terço das novas empresas brasileiras fecha em dois anos. Além de levantar essa informação, o estudo procurou avaliar algumas das razões que levam a esse desfecho – encontrando quatro grupos de fatores principais:

  • Situação antes da abertura da empresa;
  • Planejamento do negócio;
  • Gestão do negócio;
  • Capacitação do empreendedor em gestão empresarial.

Existe saída, mas você tem que entender que precisa de ajuda. Cuidado para não cair no erro comum de contratar empregados, aleatoriamente, para as funções que você pensa que precisa.

Antes de tudo, contrate uma(um) profissional para realizar o diagnóstico do seu negócio e lhe ajudar a enxergar as soluções que você, por estar no olho do furacão ou por não dominar a ciência da Administração, não tem condições de fazer sozinha(o). O SEBRAE e pequenas consultorias independentes podem prestar excelentes serviços, por preços super atrativos.

LIFELONG LEARNING

Aprender ao longo da vida deixou de ser um hábito dos curiosos para ser entendido como uma capacidade humana adaptativa. Hoje, as mudanças são rápidas e inesperadas, e a prática contínua do lifelong learning permite que os profissionais adquiram ou aprimorem habilidades técnicas e comportamentais. . 

Se a necessidade do aprendizado contínuo é uma certeza, outra é que não há tempo e espaço para ficar esperando alguém te dizer o que é importante ou não aprender. Agora, o que aprender?

Para ser sincera, tudo. E por que? Porque suas certezas não existem mais!

Vejamos. Se você:

  • tem filhos e quer criá-los da mesma maneira como foi criado (claro que os valores éticos devem permanecer, mas como ensiná-los é o problema).
  • quer viver seu casamento como o de seus pais.
  • quer ficar 30 anos num emprego e se aposentar.
  • não quer trabalhar com tecnologia, pois “não gosta” (sim, existem pessoas assim).
  • acha que tecnologia se resume a computador.
  • acha que temas como sustentabilidade e inclusão são indiferentes.

Lamento, mas você tem que desaprender e reaprender!

Outro ponto muito importante no mundo do trabalho de hoje é que as habilidades comportamentais, as soft skills, são muito importantes, como, por exemplo, a criatividade, A criatividade anda de braços dados com outra competência relevante: a curiosidade. Sem o interesse genuíno por descobrir coisas novas, ampliar seu repertório, fica muito mais difícil ser criativo. 

Curiosidade também é um dos elementos-chave do autoconhecimento, capacidade essencial para cuidarmos, inclusive, da nossa carreira. Porque da mesma forma que surgem novas demandas, você também se transforma e isso tem impacto nas suas escolhas de trabalho. Reconhecer em si mesmo seus interesses desperta a sua autodireção e orienta sua estratégia de lifelonglearning. 

Dessa forma, mantenha a chama da conversa acesa, para ter informações de qualidade e poder sobreviver neste novo mundo, inclusive mantendo sua saúde mental. Lembre-se: para fazer coisas repetitivas não há necessidade de nós, humanos, A IA-Inteligência Artificial faz muito melhor.

Ainda vamos falar muito sobre isto!

Educação Financeira

Quando falamos em Educação Financeira, o que lhe vem à mente?

Para mim, Educação Financeira é o processo em que um indivíduo busca ou obtém conhecimento para lidar com o dinheiro de forma mais consciente e inteligente. Escrito assim parece fácil, mas, como muitas outras coisas na vida, somente o aprendizado convertido em práticas cotidianas e repetitivas levarão ao melhor uso dos seus recursos financeiros.

E quanto mais cedo começarmos a aprender e praticar Educação Financeira, melhor. E não sou só eu que digo isto. Como explicado no nosso post ˜Educação para vida real` o Ministério da Educação já inseriu este assunto na BNCC-Base Nacional Comum Curricular dos estudantes do Fundamental II.

Leia nosso artigo Educação para vida real.

Alguns acham que Educação Financeira é destinada àqueles que têm dinheiro sobrando. Nada mais equivocado, principalmente no nosso país, onde os empregos formais são poucos e direcionados ã parcela mais abastada da população, os salários são baixos e dinheiro sobrando é raro. Mas é exatamente neste momento que você precisa entender, organizar seus recursos e gastar melhor,

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Minha experiência com crianças entre 10 e 14 anos foi incrível!

No início, desconfiadas. Depois, apresentadas aos boletos e à constatação de que pagamos por tudo. Inclusive que, se continuarmos menosprezando os impactos ambientais que causamos, só respirarão oxigênio bom, os que puderem pagar por isto.

Em seguida, entendendo o que são receitas, despesas e suas classificações, sobre a necessidade de criar, seguir e atualizar o orçamento doméstico, crédito, débito, taxa de juros de empréstimos e de investimentos. Entendendo o valor do dinheiro.

Aí, veio a reunião de responsáveis e alguns contaram sobre conversas adultas que suas crianças tinham tido com eles, transmitindo o conhecimento que haviam adquirido e se oferecendo para ajudar a equilibrar o orçamento familiar. Que orgulho!

Acredito que a grande maioria destes alunos nunca entregará seu dinheiro suado nas mãos de mal intencionados nem farão aplicações em algo que não entendem.

Você entende de ações? Então como pode aplicar em ações? Você entende de criptomoedas? Então como pode aplicar em criptomoedas? Você sabe o que são pedras de alexandrita? Então como você confia numa empresa que diz ter uma enorme reserva deste mineral?

Você acha que entende dos assuntos pelas mensagens de grupos de WhatsApp ou pelas postagens de gente que ostenta para passar credibilidade? Está na hora de mudar.

Educação 4.0?

No meio acadêmico, conta-se uma piada sobre um indivíduo que veio do passado. Embora ele tenha ficado extasiado com as mudanças maravilhosas ocorridas em todas as áreas da sociedade, ficou, também, um pouco perdido. Afinal, tudo era tão diferente… Até que ele entrou em uma sala de aula e se sentiu “em casa”: a educação era praticada da mesma maneira de sempre, com alunos em cadeiras enfileiradas e o professor à frente deles, despejando seu saber.

Você pode pensar que esta piada não faz mais sentido, com o crescimento do ensino à distância. Entretanto, o que encontramos em vários cursos EAD? Um professor tutor disponibilizando textos e alunos acompanhando de maneira estática, robótica, por obrigação.

Mas, felizmente, este é um quadro que vem mudando. O objetivo de todo professor presencial ou à distância é conseguir que seus alunos assimilem o conhecimento teórico, reflitam sobre ele, entendam como ele vem sendo aplicado na sociedade e que produzam novos conhecimentos e aplicações. Ou, como dizia Paulo Freire (1997), de que venhamos a promover uma educação libertadora, que realmente provoque essa capacidade no aluno, de refletir, de pensar, de criar; e não uma educação bancária, meramente informática e reforçadora da cultura do “decoreba”.

Muitos professores tutores, para atingir estes objetivos, utilizam ao máximo as novas e diversas ferramentas tecnológicas disponíveis tanto nas próprias plataformas de aprendizagem dos cursos quanto externas. Entretanto, as ferramentas devem ser escolhidas considerando-se o perfil dos alunos.

Por exemplo, na minha atividade de tutora presencial de um curso de graduação, via de regra, utilizo:

Questionário –> fácil de gerar, por meio da ferramenta gratuita do Google ou própria da plataforma, para conhecer o perfil dos alunos (sua cultura, sua rede de apoio, etc.);

Vídeos –> facilitam o processo de aprendizagem, ficam disponíveis para que os alunos os acessem no momento em que for mais conveniente;

  • Redes sociais –> a criação de um grupo numa rede de mensagem como Whatsapp ou Telegram, possibilita enviar informações interessantes sobre o assunto estudado, como compartilhamento de artigos, webinares, etc., assim como o contato entre os próprios alunos.

Agora, pense nos três últimos cursos EAD que você cursou:

  1. Como foi a atuação do professor tutor?
  2. Houve utilização de ferramentas adicionais aos textos em PDF?
  3. Houve discussão sobre os assuntos estudados, gerando integração e colaboração entre os alunos?
  4. Ao final do curso você sentiu como “dever cumprido” ou o curso despertou aquela vontade de querer saber mais sobre os assuntos estudados?

Que todos os cursos que você ainda venha a fazer lhe tragam crescimento pessoal e profissional!

O engajamento é vital para a empresa ou para você?

Primeiramente: o que é engajamento?

Trata-se de uma conexão estabelecida entre o profissional e a empresa, estando diretamente ligado à motivação profissional. Vinculado aos aspectos psicológicos, afetivos e emocionais, o engajamento não pode ser comprado, mas sim conquistado, por meio de cooperação, empenho e disposição, tanto dos gestores quanto dos colaboradores. 

Partindo desta definição, a maioria dos artigos relacionados ao tema privilegiam sua importância para a empresa. Realmente, o engajamento é vital para as empresas, mas será menos importante para os empregados?

Na minha modesta opinião, o engajamento é ainda mais importante para os empregados e vou explicar porque.

Geralmente, ao abordar o tema engajamento com meus alunos ou em trabalhos corporativos, percebo algumas “caras de paisagem”. Infelizmente, estes empregados são “zumbis corporativos”, fazem apenas o que lhes é demandado e de uma forma bem mais ou menos. Não é uma crítica, pois algumas empresas oferecem muito pouco em termos de benefícios e/ou clima organizacional e querem receber engajamento funcional. Aí os empregados seguem a máxima: eles fingem que me pagam e nós fingimos que trabalhamos.

Ok, mas quem vai sair perdendo com este sistema? Cada vez mais as empresas vêm investindo em robôs para atendimento telefônico, vendas pela internet, sem qualquer interação humana. Milhões de postos de trabalho que não necessitam de muita capacitação vêm desaparecendo. Ou seja, seu posto de trabalho está em jogo! Você precisa se tornar importante para a empresa. Você precisa fazer mais e melhor, precisa se engajar!

Está confuso? Vou dar alguns exemplos.

Exemplo 1: No meu 2o. emprego, uma multinacional com quadro de pessoal reduzido, eu além de atender à Diretoria, também apoiava o Gerente da Contabilidade e Controller, Sr. Murilo. O Sr. Murilo tinha um escritório contábil e, na época da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física, ele faturava bastante. Há 35 anos atrás, a entrega da declaração era em papel. Eu fazia “um bico”, datilografando, com cópia carbono , na antiga IBM esfera, as declarações. Então o Sr. Murilo me pagava e eu datilografava, e aí? Aí que eu lia as declarações, comecei a entender sua lógica, pedia para ele me ensinar o que eu não havia entendido sozinha, conferia o que ele me entregava. Ele passou a confiar cada vez mais em mim, inclusive pedindo que eu mesma fizesse as declarações mais simples, as quais ele somente conferia ao final. Ele chegou até a me oferecer um lugar no seu escritório contábil, caso eu trocasse o curso de Administração para Contabilidade. Ou seja, aproveitei uma atividade extra para me capacitar, me tornar necessária no emprego à época, e para poder fazer minha declaração, dos meus familiares e amigos, por mais de 35 anos, pois nunca deixei de me atualizar quanto às regras.

Exemplo 2: A tinta da minha impressora acabou e pedi ao meu filho que fosse comprá-la numa grande loja de departamentos, pois tinha muita pressa. Qual não foi minha surpresa, quando ele me ligou, me dizendo que a atendente havia dito que não tinha o produto, somente o tradicional. Oi? Entendi nada. Respirei fundo e tive um insight: “- Pergunta prá ela se tem o cartucho de tinta preto no. xyz. – Ah, tá, ela disse que isso tem”. Então, a atendente, que tem uma fileira de cartuchos às suas costas, nunca havia lido a embalagem. Só conhecia o produto como cartucho. Nunca se perguntou cartucho de quê. Se meu filho não tivesse me ligado, teria dado meia volta e eu teria comprado o cartucho, pela internet.

Ela ofereceu o tamanho de cartucho XL, de maneira automática. Poderia ter oferecido, de maneira técnica, explicando as vantagens da compra do tamanho maior. Mas, não. Não se preocupa em conhecer os produtos que vende. Não se preocupa em fazer a loja vender mais. Passa o tempo livre acessando redes sociais. Se eu, consumidora, não vejo vantagem em ir numa loja, comprarei sempre pela internet.

Ah, mas muitos consumidores ainda preferem ir a uma loja física. Por que? Para serem atendidos por uma pessoa, para poderem tirar dúvidas, Para terem informações adicionais sobre o produto. Se estes consumidores chegam numa loja e encontram um atendente desinteressado, ele não vai voltar. Percebe o perigo que o posto de trabalho desta atendente está correndo? É um trabalho que não exige maiores qualificações e que logo, logo, quase não existirá.

Alguns podem pensar que seria obrigação da empresa treinar seus empregados, fazendo-os conhecer melhor os produtos. Concordo, mas, quando a empresa não faz o que deve, o que você faz para se tornar relevante? E se a atendente, ao atender os clientes, mostrasse promoções, fornecesse maiores informações sobre os produtos, etc? Será que o volume de vendas daquela loja cresceria? Será que aquela loja apareceria nos relatórios de vendas da empresa, como um ponto fora da curva? Será que alguém de maior hierarquia iria na loja verificar o porquê daquele desempenho?

Exemplo 3: Tive uma alteração do contrato social da minha empresa e fui realizar a inclusão do novo sócio e seus dependentes no nosso plano de saúde. Toda a operação deve ser realizada pelo portal da empresa na internet. Encaminhei toda a documentação solicitada. Ao verificar o status da minha solicitação, vi a mensagem “movimentação devolvida”, pois não havia enviado o CAGED. Com certeza a pessoa responsável pela análise da documentação possui um check list de verificação da documentação e lá deve constar o envio do CAGED. Acontece que o CAGED se aplica somente a empregados e eu estava incluindo um sócio, sem vínculo empregatício, portanto a demanda não se aplica. Eu que tive que ligar, ensinar a atendente (que não é a responsável pela análise) o porquê da solicitação não se aplicar, aguardar mais vários dias e por aí vai. De novo: comecei num novo trabalho, ou mudei de cargo ou fui promovida, não posso não me envolver, me engajar. Tenho que correr atrás para obter maior conhecimento sobre o que faço, entender porque meu trabalho é relevante para a empresa.

Exemplo 4: Operando sistemas. Você inicia num emprego e um colega lhe ensina a operar o sistema, preenchendo determinados campos. Você não se dá ao trabalho de tentar conhecer melhor o sistema. Nem ao menos saber como as informações que você imputa impactam a operação. Este é um assunto tão importante, que falarei exclusivamente sobre ele num post próprio.

Finalizando, o conhecimento é seu. O conhecimento é o maior patrimônio que um empregado pode ter e querer saber mais e fazer melhor é engajamento. . Vai lhe acompanhar no emprego atual e nos próximos ou no seu próprio negócio.

Aliás, se você abrisse um negócio, você se contrataria? Que tipo de empregado você gostaria que trabalhasse com/para você?

Capacitação durante a vida toda?

Curso Técnico de Administração do Programa TECRJ
Foto: @nevesigor

Sim, com certeza! A velocidade exponencial com que as inovações acontecem não nos permite mais estacionar no tempo e no espaço.

Após a invenção do telefone, demorou 75 anos para que seu uso atingisse 50 milhões de pessoas. Ou seja, muitos nasceram e morreram sem sequer ter chegado a usá-lo, Mas isso é passado. O telefone celular levou 3 anos para atingir o mesmo número de pessoas. Você consegue imaginar sua vida sem telefone?

Então, o que é capacitação constante? É estar antenado com as inovações de sua área profissional e do mundo que o cerca. 

Entidades que fornecem ensino profissional.

Muitos confundem capacitação constante com coleção de certificados. Não, não é o que pensamos. Você pode se capacitar via cursos pagos, com e sem certificado, via cursos grátis, cursos presenciais ou à distância, vídeos, livros, revistas, comunidades virtuais, etc. Vale tudo para se manter competitivo no jogo da vida e profissional.

Você gostaria de procurar um médico e descobrir que ele estudou muito, se capacitou, ficou satisfeito e parou de se atualizar, que desconhece os últimos avanços de sua área de atuação? Ou que, neste momento de isolamento social, este médico, por desconhecimento tecnológico, não conseguisse fazer um tele atendimento? Tem acompanhado o drama dos professores presenciais que não faziam ideia de como trabalhar à distância?

E não se iluda, pensando que se você for o dono de um pequeno ou médio negócio o aprendizado constante não se aplica a você. Pelo contrário, além do conhecimento técnico específico, você precisa conhecer as áreas que compõem uma empresa, as diversas ferramentas de gestão disponíveis e, igualmente importante, como e porquê os empregados se comportam de determinadas maneiras no trabalho.

Pode ser que você esteja pensando que não tem tempo para mais esta atividade, mas, como  já mostramos num curto vídeo: tempo é questão de estabelecer PRIORIDADES.

https://www.youtube.com/watch?v=BryjxxbpcXA

Ao nos capacitarmos, desenvolvemos nossas competências ou CHA.

Figura CHA

Conhecimento é o somatório de todas as informações que foram adquiridas ao longo da vida pessoal e profissional, que ocorrem pela realização de cursos, ou pela aplicação na prática de tarefas e atividades que se tornam conhecimentos relevantes para a vida. Com o surgimento da Administração como Ciência, a busca por este conhecimento técnico / conceitual, também conhecido como HARD SKILLS foi predominante nas empresas.

Habilidades são as potencialidades que cada pessoa possui para a execução de tarefas ou atividades na vida pessoal e profissional.  A habilidade é a disposição e probabilidade que as pessoas possuem para certas áreas do conhecimento, que podem se tornar em conhecimento com o passar do tempo.

Em função das transformações por que passa o mundo, atualmente, as SOFT SKILLS ou habilidades comportamentais, sociais e mentais vêm se tornando protagonistas. Aguardem nosso post dedicado a elas.

Todos somos um.

Foto: @nevesigor

Grandes decisões precisam e devem ser tomadas e, quanto mais conhecimento você tiver, mais assertivas elas serão.

Entretanto, não esqueça de exercitar a empatia e pensar no outro. Somos parte do mesmo todo.