BIENAL DO LIVRO 2023 – Rio de Janeiro

Para mim, livro é vida. Desde criança. Sempre fui crítica e observadora. Na maioria das vezes, minhas conclusões eram contrárias à da maioria das pessoas com as quais eu convivia. Dava uma sensação de solidão… Pensava “será que somente eu penso assim sobre este assunto?” Aí, descobri os livros e, do nada, lá estavam ideias, pensamentos similares aos meus, estímulo a novas ideias!

Infelizmente, livros sempre foram caros, então, sendo de uma família classe média baixa, comprar livros era um luxo. Minha mãe fez meu pai comprar a coleção de Machado de Assis. Que emoção! Guardo até hoje.

Um pouco depois, meu avô materno, o grande jornalista esportivo Afrânio Vieira, percebendo meu interesse pelos livros e sabendo do sacrifício necessário para que eu os tivesse, passou a me presentear livros. Meu preferido era O Homem que Calculava de Malba Tahan (pseudônimo. Meu avô tinha estudado com o autor, Prof. Júlio César de Mello e Souza, no Colégio Pedro II.

Todas estas lembranças percorriam minha mente, no caminho para a Bienal do Livro 2023.

Lá chegando, no meio daquele mar de stands e espaços culturais sou atraída pelo espaço Paixão de Ler;

Era uma roda de conversas sobre ações em Bibliotecas. Fui transportada para o meu Fundamental II. Estudei na Escola Municipal Rivadávia Correa que fica em frente à Biblioteca Parque Estadual que, na época, não tinha todas as atrações e comodidades que tem hoje, mas tinha muito amor e dedicação de suas funcionárias.

Minha mãe me autorizou a ir para a Biblioteca, quando fôssemos liberados mais cedo (o que era, infelizmente, bem comum) e, até mesmo, após a escola. Havia um espaço destinado a menores de 14 anos, onde podíamos ficar e ler à vontade os livros selecionados para até esta idade. Li todos. Momentos maravilhosos. Quanto mais eu lia, mais queria ler. Pedi a minha mãe que fosse fazer um cartão na biblioteca, para que eu pudesse levar para casa, em nome dela, os livros para maiores de 14 anos. Ela me atendeu.

Na vida adulta, pude possuir várias estantes cheias de livros meus e dos meus dois filhos que sempre foram estimulados a ler. Depois, percebi que livros devem circular, proporcionando a outros a alegria de conhecê-los. Doei meu acervo, exceto aqueles com ligação emocional, como os já citados acima, e passei, então, a somente adquirir livros digitais. É muito bom poder viajar, ir para qualquer lugar, com toda a sua coleção de livros com você.

Confesso que, em função dos livros digitais, me afastei das bibliotecas. Nem considerava mais sua importância. Mas, estar naquele espaço da Bienal, ouvindo as experiências das representantes de Bibliotecas Parque e Bibliotecas Comunitárias, me fez “sair da minha bolha” e entender que, num primeiro momento, não precisa ser leitor para frequentar uma biblioteca. É só passar na frente da Biblioteca Parque Estadual do RJ e ver as filas que muitos moradores de rua fazem, em busca de água, banheiro, acolhimento e segurança. Em muitos lugares da periferia da nossa cidade, a Biblioteca é a única estrutura sócio cultural da comunidade.

Não importa se o livro é físico ou digital. Importa é ter um local, a Biblioteca, que lhe permita estimular seu cérebro, “viajar” pelas histórias e estórias, em paz, acolhida, quem sabe até, compartilhando suas interpretações com outros.

Viva a Bienal do Livro! Viva as Bibliotecas!

Escola integral

Se o significado da palavra integral é:

  • que não sofre qualquer redução; total;
  • que não falta qualquer elemento; completo; inteiro.

Então, o que seria a escola integral?

De acordo com o Ministério da Educação https://www.gov.br/mec/pt-br/escola-em-tempo-integral/fundamentos:

A Educação Integral é um princípio integrador e articulador das concepções de ser humano, escola, currículo, de ensino e aprendizagem, sociedade e das diferentes etapas da Educação Básica. Possibilita a superação da fragmentação dos conhecimentos e vincula-os às práticas sociais e à vida cotidiana. Nesta concepção de educação busca-se avançar das práticas que reduzem o papel da escola a uma mera transmissão de conteúdos ou  de priorização de uma só dimensão do desenvolvimento, geralmente a dimensão intelectual sobre as demais.  

Desta forma, com as diferentes dimensões do desenvolvimento sendo trabalhadas de modo intencional no currículo escolar pode-se eliminar barreiras que impedem a todos os estudantes de permanecer e ascender na trajetória escolar, em especial os de grupos sociais historicamente vulnerabilizados como as pessoas com deficiências, transtornos, altas habilidades e super dotação, meninos e meninas negros, de classe social econômica desfavorecida, povos tradicionais e originários entre  outros. 

A Educação Integral pressupõe igualmente o direito à escuta e à participação de bebês, crianças e adolescentes, ao seu modo e conforme suas condições, integrando ao currículo necessidades, interesses e as culturas infantis e juvenis nas experiências educativas.  

Nesta perspectiva, não apenas os territórios e equipamentos de diferentes setores (como esportes, cultura, cidadania, parques e praças, saúde e assistência) são coparticipes do processo de ensino e aprendizagem, como seus agentes.  

A Educação Integral é também o fundamento integrador das dimensões do cuidar e educar e da relação entre a educação escolar e as práticas sociais em toda a Educação Básica. 

Escola integral e escola em tempo integral são a mesma coisa?

“Faz-se necessário distinguir o conceito de Educação Integral e de Tempo Integral. O tempo é uma das estratégias que possibilita a materialização da proposta de um currículo de Educação Integral, mas não a única. É essencial que a ampliação e organização do tempo integral seja consequência do Projeto Político-Pedagógico e do Currículo escolar, associado aos espaços dentro e fora da escola, considerando a diversidade de materiais que são ofertados nas experiências educativas, atento às interações e organizações de agrupamentos entre os estudantes, promotora de saberes de diferentes matrizes étnico-raciais no currículo escolar, assim como asseguradora da escuta e participação dos estudantes e comunidades escolares nos processos educativos e na gestão escolar.”  http://www.gov.br/mec/pt-br/escola-em-tempo-integral/fundamentos 

É fundamental fazer esta distinção. Vou compartilhar com vocês minhas três experiências pessoais com a escola integral/escola em tempo integral.

A necessidade e importância da escola integral não é nova:

‘Não se pode conseguir essa formação em uma escola por sessões, com os curtos períodos letivos que hoje tem a escola brasileira. Precisamos restituir-lhe o dia integral, enriquecer-lhe o programa com atividades práticas, dar-lhe amplas oportunidades de formação de hábitos de vida real, organizando a escola como miniatura da comunidade, com toda a gama de suas atividades de trabalho, de estudo, de recreação e de arte’ 

Anísio Teixeira, em Educação não é privilégio, 1953

Eu tive o privilégio de estudar numa escola integral, durante o Fundamental 1. Era a Escola Guatemala (escola pública). Os alunos estudavam no turno da manhã, iam para casa e, aqueles que quisessem podiam retornar à escola, às 14h, para participar das mais diversas atividades, como artesanato, costura, etc. Mesmo que você só frequentasse o turno da manhã, a escola também tinha uma proposta pedagógica integral, inovadora e diferenciada, como compartilhei com vocês em vídeo no Instagram.

A minha segunda experiência com a escola integral foi com meus dois filhos. Eu trabalhando em horário integral e eles estudando em horário integral, em escolas particulares. No caso deles, os conceitos de escola integral e de escola de tempo integral estavam perfeitamente alinhados: um turno com a parte pedagógica e um turno com reforço de idiomas, informática, realização dos deveres e pesquisas escolares, atividades esportivas e acompanhamento psicológico.

Por último, minha experiência como educadora, no Fundamental II, em escola pública de tempo integral. O tempo era integral, mas a escola não proporcionava o ensino integral. E não era culpa da direção, mas o planejamento, o projeto era ruim, Infelizmente, este parece ser o cenário das escolas públicas de tempo integral, em geral: um lugar para as crianças e jovens ficarem, enquanto seus responsáveis trabalham, sem atendimento ao que se espera da educação integral.

Eu acho crítico e fundamental que exista a escola integral de tempo integral. Como fazer para que isto não seja uma utopia?

Sobre ser ou não ser um(a) empreendedor(a).

Nas minhas aulas e no meu curso “Ser ou não ser um(a) Empreendedor(a)” as alunas e alunos costumam me dar feedback de que eu pareço querer desanimar os pretendentes a donas e donos de pequenos negócios. E eu respondo que não é nada disso, que a realidade é dura e que você precisa estar ciente e consciente do que lhe espera, pois, assim, poderá se preparar e planejar seu negócio e sua vida.

Um exemplo banal ocorrido comigo, há pouco tempo. Gosto de pizza e, aos sábados, costumo comprar numa pizzaria pertinho da minha casa. Mais de uma vez ocorreu o seguinte:

Não é a primeira vez que isso acontece. A pizza é boa, o atendimento do dono da pizzaria é bom, o preço é justo, mas, quando acontece algum imprevisto, ele fecha a loja. Eu posso comprar em outra pizzaria e é o que eu faço. O risco que este empreendedor corre é grande. Ele está dando oportunidade a mim (cliente) de passar a comprar em outra pizzaria. Fico imaginando como ele gerencia o fluxo de caixa.

Quando você trabalha numa grande empresa, mesmo que o seu cargo exija muita dedicação, você pode até se sentir sobrecarregada(o), mas sabe que pode contar com uma rede de apoio, com pessoas espalhadas em diversos departamentos.

Quando você é a/o dona(o) do negócio, você é a(o) “faz tudo”. E, no início, tem que ser assim mesmo. Mas, depois de algum tempo, se você ainda está numa maratona de comprar, vender, atender os clientes, resolver todos os pequenos, médios e grandes problemas, quando você curte férias ou, pelo menos, uma folga? Quando você passa tempo com sua família e amigos?

Sem falar na análise de seus dados de negócio.

Cenário 1 – Imaginemos que você seja a(o) gestora(o) das suas redes sociais. Grava, posta, faz os textos, etc. Qual rede lhe dá o melhor retorno? Em qual rede você deve investir mais? Qual o nível de engajamento dos seus seguidores? É interessante ter um gestor de redes sociais? E se o tiver? Como você arrumará tempo para analisar os resultados?

Cenário 2 – Qual o seu produto que lhe dá maior retorno financeiro? Está na hora de diversificar sua oferta ou focar em determinado produto?

É por isso que os alunos acham que eu desencorajo…

Mas, como as mães falam: “É pro seu bem”.

O estudo Sobrevivência das Empresas no Brasil (2019), realizado pela Fundação Getúlio Vargas, em parceria com o Sebrae, mostrou que um terço das novas empresas brasileiras fecha em dois anos. Além de levantar essa informação, o estudo procurou avaliar algumas das razões que levam a esse desfecho – encontrando quatro grupos de fatores principais:

  • Situação antes da abertura da empresa;
  • Planejamento do negócio;
  • Gestão do negócio;
  • Capacitação do empreendedor em gestão empresarial.

Existe saída, mas você tem que entender que precisa de ajuda. Cuidado para não cair no erro comum de contratar empregados, aleatoriamente, para as funções que você pensa que precisa.

Antes de tudo, contrate uma(um) profissional para realizar o diagnóstico do seu negócio e lhe ajudar a enxergar as soluções que você, por estar no olho do furacão ou por não dominar a ciência da Administração, não tem condições de fazer sozinha(o). O SEBRAE e pequenas consultorias independentes podem prestar excelentes serviços, por preços super atrativos.

Educação Financeira

Quando falamos em Educação Financeira, o que lhe vem à mente?

Para mim, Educação Financeira é o processo em que um indivíduo busca ou obtém conhecimento para lidar com o dinheiro de forma mais consciente e inteligente. Escrito assim parece fácil, mas, como muitas outras coisas na vida, somente o aprendizado convertido em práticas cotidianas e repetitivas levarão ao melhor uso dos seus recursos financeiros.

E quanto mais cedo começarmos a aprender e praticar Educação Financeira, melhor. E não sou só eu que digo isto. Como explicado no nosso post ˜Educação para vida real` o Ministério da Educação já inseriu este assunto na BNCC-Base Nacional Comum Curricular dos estudantes do Fundamental II.

Leia nosso artigo Educação para vida real.

Alguns acham que Educação Financeira é destinada àqueles que têm dinheiro sobrando. Nada mais equivocado, principalmente no nosso país, onde os empregos formais são poucos e direcionados ã parcela mais abastada da população, os salários são baixos e dinheiro sobrando é raro. Mas é exatamente neste momento que você precisa entender, organizar seus recursos e gastar melhor,

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Minha experiência com crianças entre 10 e 14 anos foi incrível!

No início, desconfiadas. Depois, apresentadas aos boletos e à constatação de que pagamos por tudo. Inclusive que, se continuarmos menosprezando os impactos ambientais que causamos, só respirarão oxigênio bom, os que puderem pagar por isto.

Em seguida, entendendo o que são receitas, despesas e suas classificações, sobre a necessidade de criar, seguir e atualizar o orçamento doméstico, crédito, débito, taxa de juros de empréstimos e de investimentos. Entendendo o valor do dinheiro.

Aí, veio a reunião de responsáveis e alguns contaram sobre conversas adultas que suas crianças tinham tido com eles, transmitindo o conhecimento que haviam adquirido e se oferecendo para ajudar a equilibrar o orçamento familiar. Que orgulho!

Acredito que a grande maioria destes alunos nunca entregará seu dinheiro suado nas mãos de mal intencionados nem farão aplicações em algo que não entendem.

Você entende de ações? Então como pode aplicar em ações? Você entende de criptomoedas? Então como pode aplicar em criptomoedas? Você sabe o que são pedras de alexandrita? Então como você confia numa empresa que diz ter uma enorme reserva deste mineral?

Você acha que entende dos assuntos pelas mensagens de grupos de WhatsApp ou pelas postagens de gente que ostenta para passar credibilidade? Está na hora de mudar.

Educação para a vida real.

Educação financeira e a nova(?) BNCC

No dia 22 de dezembro de 2017 foi publicada a Resolução CNE/CP nº 2, que institui e orienta a implantação da Base Nacional Comum Curricular-BNCC a ser respeitada, obrigatoriamente, ao longo das etapas e respectivas modalidades no âmbito da Educação Básica, no que se refere à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental.

BNCC é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica. Ela estabelece o conteúdo mínimo. Cada escola prepara seu currículo.

A BNCC estabelece a aplicação do conhecimento na vida real, a importância do contexto para dar sentido ao que se aprende e o protagonismo do estudante em sua aprendizagem e na construção de seu projeto de vida.

Assim, a BNCC prevê o ensino dos Temas Contemporâneos Transversais-TCT que são tópicos que estão presentes em diversas áreas do conhecimento e que são relevantes para a compreensão do mundo atual. Eles permitem que os alunos estabeleçam relações entre os conteúdos das diversas disciplinas e compreendam como elas se interrelacionam.  Os TCT são assim denominados por não pertencerem a uma disciplina específica, mas por transpassarem e serem pertinentes a todas elas.

“O maior objetivo dessa abordagem é que o estudante conclua a sua educação formal, reconhecendo e aprendendo sobre os temas que são relevantes para sua atuação na sociedade. Assim, espera-se que a abordagem dos Temas Contemporâneos Transversais (TCT) permita ao estudante compreender questões diversas, tais como cuidar do planeta, a partir do território em que vive; administrar o seu dinheiro; cuidar de sua saúde; usar as novas tecnologias digitais; entender e respeitar aqueles que são diferentes e quais são seus direitos e deveres como cidadão, contribuindo para a formação integral do estudante como ser humano.”

OS TCT ajudam a desenvolver nos alunos a habilidade de pensar de forma criativa, gerir situações complexas e ter uma visão analítica das oportunidades preparando-os para serem mais competitivos no mercado de trabalho. Essas habilidades são fundamentais num mundo do trabalho já dominado pela automação e inteligência artificial.

Mas, afinal, que temas são estes?

Cada “caixa” acima deve gerar uma disciplina, dentro do currículo de cada escola, que aplique seu conteúdo.

Todos os TCT são importantes, mas, quando focamos na entrada dos jovens no mercado de trabalho, vemos a pertinência do contido na “caixa” Economia.

Certamente, os alunos estarem familiarizados, desde cedo, com conceitos como: orçamento, despesas, receitas, competências pessoais, trabalho formal, trabalho informal, benefícios, obrigações, salário bruto, salário líquido, impostos, etc. os torna muito mais preparados para enfrentarem a vida real.

De acordo com pesquisa da Fecomércio/SP, de 11/2022, 78% da população brasileira está endividada. Será que um conhecimento prévio dos itens acima, teria ajudado a população a gerir melhor sua vida financeira?

O que a escola do seu filho está fazendo a este respeito?

Outubro Rosa

Foto: @nevesigor

O câncer de mama é a primeira causa de morte por câncer na população feminina em todas as regiões do Brasil, exceto na região Norte, onde o câncer do colo do útero ocupa essa posição.  Fonte: INCA, 2021.

E o que podemos fazer para mudar esta situação? Autoexame das mamas e realização do exame de mamografia.

“Atualmente, a mamografia é o exame mais indicado para a detecção precoce do câncer de mama, já que permite a identificação de tumores muito pequenos e, consequentemente, nos estágios iniciais da doença. A agilidade no diagnóstico é o que determina como será o tratamento, as possibilidades de cura e o tempo de sobrevida da mulher.”, explica Carlos dos Anjos, oncologista clínico do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês.

Passado um ano e meio da pandemia da Cofid-19, novo estudo da Sociedade Brasileira de Mastologista (SBM) aponta que o número de mamografias realizadas em 2020 foi 42% menor que o ano anterior em todo o território nacional.

“Entender o que impede as brasileiras de fazerem a mamografia, uma vez que há uma legislação específica para garantir o acesso ao exame, é essencial para reverter essa realidade. Com o início da retomada das atividades, é imprescindível que as mulheres priorizem a sua saúde e busquem pela mamografia. Esses casos precisam ser diagnosticados o quanto antes, pois a cada dia que passa, o câncer avança. Culturalmente, a brasileira coloca o cuidado com o companheiro, a família e os amigos em primeiro lugar, mas isso precisa mudar. Essa rede de apoio pode e deve priorizar a saúde da mulher e auxiliá-la nessa jornada, seja para o diagnóstico precoce ou apoio durante o tratamento do câncer”, reforça o oncologista.

Mulheres, sigam os conselhos que as(os) comissárias(os) de bordo dão, antes do avião decolar: em caso de emergência, coloque a máscara de oxigênio primeiro em você, mesmo que haja crianças ou pessoas com necessidades especiais por perto. E por que é dado este aviso? Porque primeiro temos que nos ajudar, para, depois, ajudarmos os outros.

Sim, existe uma legislação que garante o nosso direito, mas, na vida real, nem sempre temos mamógrafos disponíveis.

Sim, também é verdade, que muitos “chefes” fazem cara feia e terrorismo, quando avisamos que vamos ao médico, sem que seja uma emergência ou que estejamos passando mal.

Minha experiência de mais de 20 anos na área de RH me garante dizer que nenhum patrão vai lhe demitir, porque você foi fazer a mamografia. Lute por você!

Ainda o problema (?) do engajamento

Não estou conseguindo mudar de assunto: como o engajamento é crucial para o sucesso ou fracasso do seu negócio ou da manutenção do seu emprego,

Por incrível que pareça, o engajamento, muitas vezes, não é praticado pelos próprios donos dos negócios. Não dá para entender. A pessoa herda um negócio (falarei mais sobre isso em outro post) ou investe suas economias e não se engaja no próprio negócio. Inacreditável!

Duvida que isso aconteça? Comece a prestar atenção em como você, no dia-a-da, é tratado pelos donos dos pequenos negócios. Vocês já me conhecem: gosto de postar situações reais que acontecem comigo. Então, vamos para mais uma.

Gosto de ter plantas em casa. Cuidar delas. Um dia, no sacolão volante que vem semanalmente na minha rua, comprei uma muda de pimenteira, Passaram-se meses e eu, que gosto, mas não sou especialista, já achava que tinha sido enganada, pois não apareciam os frutos. Mas, não desisti e insisti. Fui trocando a muda de vaso e minha pimenteira ficou linda.

Um dia, identifiquei um pó branco na folhas da pimenteira.

@nevesigor

Sempre prefiro comprar dos pequenos negócios próximos a minha casa. Então, pedi ao meu filho (sempre ele), para ir a uma loja de flores e plantas que temos por aqui. Ele explicou o problema da planta e pediu indicação de um remédio. A própria dona da loja é quem atende os clientes. Ela rapidamente indicou um produto e ele perguntou a forma de utilização. A resposta dela: “Leia as instruções”.

Então, você reclama que não tem linhas de crédito, que os impostos são altos, que os clientes sumiram, etc., e não se dá ao trabalho de desenvolver um vínculo com o cliente que entra no seu estabelecimento. Não percebe que precisa “se engajar” para lutar pela continuidade do seu negócio.

Lemos as instruções de uso. A planta morre um pouco mais a cada dia.

@nevesigor

Para piorar, conversando com pessoas próximas, descobri que nem precisava de um remédio caro, como o que me foi indicado.

Infelizmente, acho que não será somente a pimenteira a morrer…

O engajamento é vital para a empresa ou para você?

Primeiramente: o que é engajamento?

Trata-se de uma conexão estabelecida entre o profissional e a empresa, estando diretamente ligado à motivação profissional. Vinculado aos aspectos psicológicos, afetivos e emocionais, o engajamento não pode ser comprado, mas sim conquistado, por meio de cooperação, empenho e disposição, tanto dos gestores quanto dos colaboradores. 

Partindo desta definição, a maioria dos artigos relacionados ao tema privilegiam sua importância para a empresa. Realmente, o engajamento é vital para as empresas, mas será menos importante para os empregados?

Na minha modesta opinião, o engajamento é ainda mais importante para os empregados e vou explicar porque.

Geralmente, ao abordar o tema engajamento com meus alunos ou em trabalhos corporativos, percebo algumas “caras de paisagem”. Infelizmente, estes empregados são “zumbis corporativos”, fazem apenas o que lhes é demandado e de uma forma bem mais ou menos. Não é uma crítica, pois algumas empresas oferecem muito pouco em termos de benefícios e/ou clima organizacional e querem receber engajamento funcional. Aí os empregados seguem a máxima: eles fingem que me pagam e nós fingimos que trabalhamos.

Ok, mas quem vai sair perdendo com este sistema? Cada vez mais as empresas vêm investindo em robôs para atendimento telefônico, vendas pela internet, sem qualquer interação humana. Milhões de postos de trabalho que não necessitam de muita capacitação vêm desaparecendo. Ou seja, seu posto de trabalho está em jogo! Você precisa se tornar importante para a empresa. Você precisa fazer mais e melhor, precisa se engajar!

Está confuso? Vou dar alguns exemplos.

Exemplo 1: No meu 2o. emprego, uma multinacional com quadro de pessoal reduzido, eu além de atender à Diretoria, também apoiava o Gerente da Contabilidade e Controller, Sr. Murilo. O Sr. Murilo tinha um escritório contábil e, na época da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física, ele faturava bastante. Há 35 anos atrás, a entrega da declaração era em papel. Eu fazia “um bico”, datilografando, com cópia carbono , na antiga IBM esfera, as declarações. Então o Sr. Murilo me pagava e eu datilografava, e aí? Aí que eu lia as declarações, comecei a entender sua lógica, pedia para ele me ensinar o que eu não havia entendido sozinha, conferia o que ele me entregava. Ele passou a confiar cada vez mais em mim, inclusive pedindo que eu mesma fizesse as declarações mais simples, as quais ele somente conferia ao final. Ele chegou até a me oferecer um lugar no seu escritório contábil, caso eu trocasse o curso de Administração para Contabilidade. Ou seja, aproveitei uma atividade extra para me capacitar, me tornar necessária no emprego à época, e para poder fazer minha declaração, dos meus familiares e amigos, por mais de 35 anos, pois nunca deixei de me atualizar quanto às regras.

Exemplo 2: A tinta da minha impressora acabou e pedi ao meu filho que fosse comprá-la numa grande loja de departamentos, pois tinha muita pressa. Qual não foi minha surpresa, quando ele me ligou, me dizendo que a atendente havia dito que não tinha o produto, somente o tradicional. Oi? Entendi nada. Respirei fundo e tive um insight: “- Pergunta prá ela se tem o cartucho de tinta preto no. xyz. – Ah, tá, ela disse que isso tem”. Então, a atendente, que tem uma fileira de cartuchos às suas costas, nunca havia lido a embalagem. Só conhecia o produto como cartucho. Nunca se perguntou cartucho de quê. Se meu filho não tivesse me ligado, teria dado meia volta e eu teria comprado o cartucho, pela internet.

Ela ofereceu o tamanho de cartucho XL, de maneira automática. Poderia ter oferecido, de maneira técnica, explicando as vantagens da compra do tamanho maior. Mas, não. Não se preocupa em conhecer os produtos que vende. Não se preocupa em fazer a loja vender mais. Passa o tempo livre acessando redes sociais. Se eu, consumidora, não vejo vantagem em ir numa loja, comprarei sempre pela internet.

Ah, mas muitos consumidores ainda preferem ir a uma loja física. Por que? Para serem atendidos por uma pessoa, para poderem tirar dúvidas, Para terem informações adicionais sobre o produto. Se estes consumidores chegam numa loja e encontram um atendente desinteressado, ele não vai voltar. Percebe o perigo que o posto de trabalho desta atendente está correndo? É um trabalho que não exige maiores qualificações e que logo, logo, quase não existirá.

Alguns podem pensar que seria obrigação da empresa treinar seus empregados, fazendo-os conhecer melhor os produtos. Concordo, mas, quando a empresa não faz o que deve, o que você faz para se tornar relevante? E se a atendente, ao atender os clientes, mostrasse promoções, fornecesse maiores informações sobre os produtos, etc? Será que o volume de vendas daquela loja cresceria? Será que aquela loja apareceria nos relatórios de vendas da empresa, como um ponto fora da curva? Será que alguém de maior hierarquia iria na loja verificar o porquê daquele desempenho?

Exemplo 3: Tive uma alteração do contrato social da minha empresa e fui realizar a inclusão do novo sócio e seus dependentes no nosso plano de saúde. Toda a operação deve ser realizada pelo portal da empresa na internet. Encaminhei toda a documentação solicitada. Ao verificar o status da minha solicitação, vi a mensagem “movimentação devolvida”, pois não havia enviado o CAGED. Com certeza a pessoa responsável pela análise da documentação possui um check list de verificação da documentação e lá deve constar o envio do CAGED. Acontece que o CAGED se aplica somente a empregados e eu estava incluindo um sócio, sem vínculo empregatício, portanto a demanda não se aplica. Eu que tive que ligar, ensinar a atendente (que não é a responsável pela análise) o porquê da solicitação não se aplicar, aguardar mais vários dias e por aí vai. De novo: comecei num novo trabalho, ou mudei de cargo ou fui promovida, não posso não me envolver, me engajar. Tenho que correr atrás para obter maior conhecimento sobre o que faço, entender porque meu trabalho é relevante para a empresa.

Exemplo 4: Operando sistemas. Você inicia num emprego e um colega lhe ensina a operar o sistema, preenchendo determinados campos. Você não se dá ao trabalho de tentar conhecer melhor o sistema. Nem ao menos saber como as informações que você imputa impactam a operação. Este é um assunto tão importante, que falarei exclusivamente sobre ele num post próprio.

Finalizando, o conhecimento é seu. O conhecimento é o maior patrimônio que um empregado pode ter e querer saber mais e fazer melhor é engajamento. . Vai lhe acompanhar no emprego atual e nos próximos ou no seu próprio negócio.

Aliás, se você abrisse um negócio, você se contrataria? Que tipo de empregado você gostaria que trabalhasse com/para você?

Habilidades humanas

Crédito: @nevesigor

Temos passado por uma revolução tecnológica, com a convergência de soluções digitais, físicas e biológicas e essa revolução alterou o mundo do trabalho como o conhecemos.

Indústria 4.0 e as novas competências profissionais.

Para as empresas, o desafio agora não é ter as melhores tecnologias e a maior quantidade de dados, mas fazer o melhor uso das ferramentas e informações que tem e empregados capacitados que saibam e queiram fazer a diferença.

Para os empregados, fica a pergunta: seremos substituídos por máquinas? A resposta é sim, mas para postos de trabalho com funções mecânicas, repetitivas, de baixa interação social, burocráticas que passarão a ser realizadas por máquinas com maior destreza e velocidade.

Competência é o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes e elas se dividem em hard e soft skills.

As empresas buscam profissionais com hard skills, formação, cursos de especialização e línguas (pré requisitos para qualquer tipo de  profissional) e com os novos conhecimentos exigidos sobre tecnologia e TI, marketing digital e machine learning. Mas as soft skills ou competências comportamentais e sociais têm sido muito desejadas pelas empresas e são as que fazem diferença na busca ou manutenção do emprego. E por quê?

“Os robôs estão sendo produzidos e desenhados para serem ensinados  para compreenderem o outro, como se fossem seres humanos, e isso já está sendo aplicado no atendimento e relacionamento com o cliente” , diz Christiane Scabbia – Analista de Marketing da VoxAge, empresa especializada em soluções de atendimento ao cliente.

Porque os profissionais deste século precisam desenvolver competências que os tornem capazes de inventar, testar e avaliar hipóteses, interagir socialmente, dominar e ensinar as máquinas. 

Um relatório do Fórum Econômico Mundial, aponta pelo menos sete conjuntos de soft skills que podem ser diferenciais competitivos: 

  • Autoconsciência: capacidade de entender o que motiva, o que frustra, o que vale, o que não vale, o que tem propósito; 
  • Pensamento crítico e integrado: capacidade de interpretar fatos, números, relatórios, cenários complexos, variáveis e perceber a conexão de assuntos que não estão diretamente relacionados;
  • Empatia: capacidade de entender e se conectar genuinamente com outros seres humanos; 
  • Criatividade: capacidade de pensar novas soluções, combinar conhecimentos, gerar valor; 
  • Inteligência emocional: capacidade de lidar com emoções e situações diversas; 
  • Comunicação: capacidade de se expressar de maneira oral e escrita; 
  • Assimilação: capacidade de aprender, conseguir filtrar conteúdos e transformar o conhecimento em sabedoria prática.

É importante reconhecer e definir suas soft skills. Quais você já domina plenamente e quais você precisa desenvolver. O auto conhecimento pode ser por meio de testes ou mesmo conversando com colegas, amigos e parentes para entender quais são as suas capacidades, pois as desenvolvemos mesmo quando longe de ambientes formais de trabalho.

Por último, atenção na hora de divulgar suas soft skills em seu C.V. Para cada uma, tenha um exemplo que a comprove, na hora de uma entrevista. 

Por exemplo, você está numa entrevista e o recrutador pede para você falar um pouco sobre suas habilidades interpessoais. Você responde que tem grande habilidade de comunicação (capacidade de se comunicar bem com cada um do grupo, visando os interesses do grupo, como um todo) e, aí, ele pede para você dar um ou dois exemplos práticos em que você utilizou esta competência. Percebeu?

O futuro é humano.

Como perder dinheiro com seu atendimento.

Somos apaixonados por Administração e, por isso, em qualquer conversa durante o cafezinho, acabamos identificando bons ou maus exemplos de Gestão.

A conversa de hoje foi sobre uma colega que, tendo seu salário reduzido em 25%, por conta da pandemia, imediatamente partiu para também reduzir seus gastos. Pura boa gestão financeira pessoal!

Um de seus cortes foi a tv a cabo: valor alto, sem eventos esportivos, reprises intermináveis de filmes e séries, etc. Como sua operadora permite a suspensão temporária por até 4 meses, assim ela fez. E é aí que começa nossa análise da gestão empresarial da operadora.

A cliente ligou, passou pelo extenso atendimento eletrônico e, no final, falou diretamente com um atendente humano que seguiu seu script e a solicitação foi concluída com sucesso.

A solicitação ter sido concluída com sucesso significa, para a operadora, perda de receita por 4 meses,

Poderia ter sido adotada uma estratégia de negociação, como, por exemplo: “sabemos que o momento é difícil, então, como a senhora é nossa cliente de muito tempo, podemos oferecer um desconto de 50% pelos próximos 4 meses. Assim, a senhora não perde o acesso aos nossos produtos e reduz sua despesa pela metade”. A cliente poderia não aceitar, mas não valeria a pena tentar? Afinal, estamos falando de uma redução de perda de receita de 100% para 50%.

Empresas quebram e sempre colocam a culpa na crise do momento. Gestão não é para amadores.